sexta-feira, 13 de junho de 2008

Dia dos Namorados





Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio

ou flecha de cravos que propagam o fogo:

te amo como se amam certas coisas obscuras,

secretamente, entre a sombra e a alma.


Te amo como a planta que não floresce e leva

dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,

e graças a teu amor vive escuro em meu corpo

o apertado aroma que ascendeu da terra.



Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,

te amo diretamente sem problemas nem orgulho:

assim te amo porque não sei amar de outra maneira,



senão assim deste modo em que não sou nem és

tão perto que tua mão sobre meu peito é minha

tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

[ Neruda - Cem sonetos de amor - Soneto XVII. ]

Eu te amo!

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