terça-feira, 10 de junho de 2008

BOLSA-FREUD


Inédito. Governo planeja ajudar – com recursos da saúde - desajustados sociais identificados como estorvos em qualquer sociedade ou ambiente de trabalho.

O objetivo do auxílio oficial é minimizar o problema de pessoas que, sem nenhum talento para o oficio, se acreditam predestinadas à carreira política.


Gente que, pensando em acabar com seus dias de solidão e tédio, resolveu fazer do exercício da democracia um combate às carências afetivas permitindo a eclosão da revolta guardada "dentro deste peito".


O patrono espiritual desta iniciativa é o teatrólogo (intelectual?!) Nelson Rodrigues, que dizia para os filhos, nos tumultuados anos 60:


— Vocês conseguem reunir 100 mil na Candelária e o líder (Wladimir Palmeira – n.a.), pendurado num poste de luz, pede para todos se sentar. E nem cadeira havia, apenas o desconforto.


Vocês perderam a melhor oportunidade para iniciar a revolução.

Isso é coisa do passado.

A partir de agora, com a Bolsa-Freud, qualquer brasileiro com sentimento de revolta contra progenitores, reitores, professores, enteadas, fazendeiros, arrozeiros, síndicos (no caso de reunião de condomínio), monumentos históricos (no caso de pichadores de parede) ou apenas vivendo dias e noites vazias, sonhando com uma Albânia colorida


– Agora este cidadão pode ganhar sessões de psicanálise (terapia) gratuitas.
Pesquisas recentes revelaram que, nos últimos 30 anos, quem era de direita, no Brasil, agora está militando na esquerda; e vice-versa.


Este movimento de vira-casaca trouxe instabilidade emocional para muitos cidadãos que não reconhecem mais o seu papel na história e nem na sociedade.


Muitos puristas de outrora agora vivem na promiscuidade.
Se você ainda não entendeu o que aconteceu com a sua ideologia, Freud explica.


As mesmas pesquisas garantem: 80% das pessoas envolvidas em associações de moradores de bairros são carentes emocionalmente.


Quase sempre com vida pessoal insatisfatória, necessitam ocupar seu tempo vazio com discussões (aparentemente) úteis à coletividade, porém intermináveis enquanto procedimento burocrático.
A Bolsa-Freud vai oferecer interlocutores treinados a permitir que o paciente vocifere sem culpa e danos contra a integridade alheia ou mesmo pontifique opiniões sobre o MST – seja contra ou a favor. Como na Bolsa-Ditadura, o cidadão tem que provar que merece o benefício.


Alguns exemplos clássicos de pacientes que se reportam mais a Freud do que a Marx:


George W. Bush (a figura do pai, neste caso, é clássica);


Renan Calheiros (você lembra? com problemas pessoais até o pescoço, ainda queria tocar flauta);


Clodovil (dispensa comentários);


Lula (Freud explica as posturas contraditórias de esquerda e direita)


Rafael Grecca de Macedo (Poucas pessoas se punem com tal cerimônia)


Ronaldo Fenômeno (Ainda em fase oral. É sério candidato ao troféu Divã de Ouro)


100 mil da passeata da Candelária (A revolução fica pra quando?)


Juiz Nicolau, Paulo Maluf, Pita, Severino, Jerominho, Paulinho do Sindicato e outros incógnitos (o objetivo deles é um só: fazer sexo anal com o País)




Rá! :)

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