segunda-feira, 7 de julho de 2008

Desculpas a la Jobim com Cazuza‏

Ao tomar de forma brusca e ingênua o mouse do computador da mão dela para mostrar a pasta nova de músicas que havia recém-chegado para Ele. Ela fala tão fatalmente como uma bala perdida que encontra um corpo em movimento:
-Porra, eu sei aonde devo ir para ver as novas músicas, não preciso de sua ajuda e muito menos de suas prolixas explicações.
Ao se desenrolar uma das piores situações da vida. Ele se depara com uma situação única de múltiplos desejos e vontades, desejo de esquecer toda a classe e soltar a mão de forma rápida e simples para impor respeito perante ao outro e a vontade de querer sumir neste instante. Tenta segurar-se para não mostrar sua tristeza e raiva mas torna-se impossível.
Ele rispidamente levanta da cama que estava sentado e diz:
-Vamos logo embora, senão chegarás tarde no trabalho e eu também, já quero ir embora.
Ela prontamente se levantou da cadeira posicionada na frente do computador, pegou sua bolsa, colocou o salto e o retoque final da maquiagem e disse:
-Vamos?
E os dois se olharam por um breve segundo mas desviaram-se por entre suas raivas e mágoas do momento.
Entram no carro em silencio. Ele dá a ré, engata a primeira e sai rumo do trabalho de ambos. Ao fazer a primeira curva de forma tranqüila e leve, aproximadamente 45 km/h. Ele tenta manter-se tranqüilo, calmo e leve. Mas a cena do grito ecoava ainda na cabeça dele, e ele dirigindo não queria pensar nisso no exato momento, mas era impossível esquecer algo tão forte que acabara de ter acontecido. Ela ao lado começa remoer todos os acontecimentos que a levaram a ter o súbito momento do grito inconseqüente, e fala para Ele.
-vamos fazer as pazes.
-Quero pedir desculpas
E ele em tom irônico finge que não ouve e emiti um som de dúvida ou de quem não ouvi e está pedindo para repetir:
-Ãhn?
-Quero pedir desculpas.
E ele fala de tom irônico:
-Se desculpar pelo o que?
E ela fala sem entender o porque do tom irônico dele, fala:
-Me desculpa por tudo que falei, por ter sido escrota com você, fui grosseira demais e acho que me exaltei um pouco. Mesmo sabendo que te dou um milhão e quinhentos e quarenta e sete (,99) motivos para ficares "de banda" - ou no simples vocabulário tucujú "amuado" ou "jururu" - comigo . Prometo te dar muitos beijinhos para recompensar minhas mancadas. Minha declaração de amor é uma mistura de Tom Jobim com Cazuza. Curtiu? Háháhá
Ele querendo fazer pouco caso, exclama de forma tão fatal como a bala perdida:
-Aceito suas desculpas como prerrogativa sólida de um possível lapso de consciência. Mas saiba que toda ferida feita, deixa suas cicatrizes como o famoso LaMarca para que sempre lembre por onde não pecar, para que isso se repita.
-Cicatrizes que vou ganhando ao longo da relação para com o mundo, permeiam por minutos, horas, dias e até séculos para serem esquecidas. Se alguma hora irei esquecer essas marcas? Não sei, nem quero saber. Quero simplesmente esquecê-las, mas não posso ser tão fácil assim, pois quero que lembre sempre o quanto é erroneamente chato machucar o próximo.
Te amo também.

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